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2º Encontro Municipal de Educação Continuada

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  • BARBARA DOS SANTOS

    EMEIEF ARACY NOGUEIRA GUIMARÃES

    2 quinzenas (03 de junho a 05 de julho de 2019)

    UM RETÂNGULO NA MÃO E UMA IDEIA NA CABEÇA: CONEXÕES ENTRE SOM E IMAGEM

    A fotografia e o cinema podem ser compreendidos na educação, a partir de diversas dimensões, sendo elas, estéticas, cognitivas, sociais e psicológicas, a partir da qual a linguagem audiovisual passa a ser um objeto de conhecimento, um meio de comunicação e um meio de expressão de pensamentos e sentimentos. Com essa permissa, escolheu-se a temática cinema e fotografia (para que o tema seja amplo) a desenvolver com os estudantes dos quintos anos de escolaridade, por acreditar que a imagem, de algum modo, pode nos afetar e provocar sensações, despertando curiosidades a fim de desvendar o objeto que estamos querendo. Diante das imagens, produzidas por nós ou não, questionamos sobre o objeto e refletimos sobre as relações com nossa vida, estabelecendo conexões com outros conhecimentos já consolidados. A função do cinema e da fotografia neste contexto é questionar, em nós e nas crianças, o que estamos observando e como estabelecermos essas relações em nossa vida, a fim de instigar novas reflexões e sentimentos. O trabalho realizado com os estudantes nos quintos anos de escolaridade foi pensado a partir de oficinas temáticas, (desenvolvendo os conteúdos do currículo e do ano proposto) na qual as crianças tiveram a oportunidade de experimentar exercícios fotográficos e audiovisuais que remontam a história do cinema e da fotografia. Com o manuseio das câmeras digitais, elas puderam compreender alguns conceitos utilizados, no cinema contemporâneo, como o enquadramento, o foco, a distância, a luminosidade e o mais importante: o que fotografar/filmar e porquê? Os estudantes, durante esse processo, provocaram afetos e foram afetas pelas imagens produzidas.

    - Apresentar o cinema e a fotografia como possibilidades de experimentação para o imaginário criativo; - Vivenciar exercícios fotográficos /fílmicos que remontam a história do cinema e da fotografia, realizados pelos próprios idealizadores dessas linguagens; - Compreender uma obra fotográfica/ imagética e ser capaz de inferir significações sobre ela. - Aprender como operam as funções básicas da câmera digital, como ligar/desligar; ajustar o zoom da câmera, ligar/desligar flash da câmera; enquadrar os objetos na cena (retângulo verde), excluir arquivo na lixeira, dentre outras funções básicas de operação; - Produzir histórias/narrativas/ideias/reflexões a partir do objeto câmera fotográfica.

    Artes Visuais - Gêneros Cinema Artes integradas / Arte e tecnologia Fotografia

    O trabalho realizado foi desenvolvido, por meio de oficinas temáticas, com a finalidade que os estudantes vivenciem os exercícios de cinema e fotografia que remontam a história do audiovisual. Desse modo, ao pensar em oficinas que se entrelaçam uma a outra, tentamos oportunizar diferentes experiências na produção dos vídeos e das imagens. INTRODUÇÃO Iniciou-se o desenvolvimento, abordando o marco inicial da história do cinema, em 1895, os Irmãos Lumière inventam o cinematógrafo, um aparelho que permite registrar uma série de instantâneos fixos (fotogramas) que, quando projetados, criam uma ilusão de movimento. Com o cinematógrafo imóvel, as imagens eram filmadas em rolos de película com cerca de 17 metros, atingindo aproximadamente 50 segundos de duração. O motivo de o exercício ser chamado de “Minuto Lumière” é uma referência a essas imagens: realizar um plano de um minuto retornando à maneira como eram feitos os primeiros filmes da história do cinema. OFICINA 1: MINUTO LUMIÈRE As crianças foram organizadas em grupos de trabalho com quatro ou cinco integrantes e, na sequência, a professora entregou uma câmera para cada grupo. Cada estudante escolheu um enquadramento e fixou a câmera neste local. Este exercício consistiu em gravar com a câmera parada, sem movimentação da câmera e sem a aplicação de zoom. Deste modo, o enquadramento escolhido deveria permanecer o mesmo durante o período de gravação e o vídeo não poderia ter pós-produção, ou seja, quando atingisse um minuto exatamente, a câmera deveria ser desligada. Minuto Lumière: 1- A escolha - o que se quer filmar? Pessoas, gestos, sons, cores, luzes? 2- A disposição - o posicionamento das “coisas” em relação umas às outras, onde coloco a câmera para captar esses elementos que escolhi filmar? De que forma disponho esses elementos diante da câmera para que sejam mais significativos, o que incluo ou deixo de fora do quadro? 3- O ataque - refere-se a agir, determinar o momento preciso para iniciar um minuto de filmagem. Qual é o momento para acionar o botão de gravação? OFICINA 2: ENSAIO FOTOGRÁFICO Nesta atividade os estudantes permaneceram no mesmo grupo de trabalho e cada grupo compôs um ensaio fotográfico com até dez imagens, na qual os estudantes procuraram ângulos incomuns, ou seja, aquilo que não estava à vista de imediato e procurou observar nas imagens, os seguintes elementos: cores, formas e linhas que estão ao redor das paisagens clicadas. OFICINA 3: PLANO-SEQUÊNCIA No desenvolvimento desta atividade os estudantes realizaram um plano-sequência da seguinte forma; pegaram a câmera na mão e movimentaram-se pelo espaço, fazendo qualquer tipo de movimento com a câmera, porém o cuidado com as mudanças bruscas deveria ser redobrado. O vídeo deveria ter a duração de 1 minuto e 30 segundos. Plano-sequência: é um plano que registra a ação de uma sequência inteira, sem cortes. O que caracteriza o plano-sequência não é apenas a sua duração, mas o fato de ele ser articulado para representar o equivalente de uma sequência. Conviria, portanto, distingui-lo do plano longo “onde nenhuma sucessão de acontecimentos é representada”, tais como planos fixos de duração acima da média envolvendo diálogos ou simples localizações de personagens e cenários. OFICINA 4: COMPOSIÇÃO DE PLANOS Nesta etapa os estudantes abordaram um motivo, seja um objeto, uma pessoa, um lugar ou uma situação e, com a câmera, montaram três planos diferentes, na qual o objeto se torna o mesmo, porém o enquadramento se difere nos três momentos. OFICINA 5: MAPAS MENTAIS (NUVEM DE IDEIAS) Foi entregue meia folha de sulfite e, de um lado, os estudantes escreveram a palavra “CINEMA” e de outro a palavra “FOTOGRAFIA”. A partir destas duas palavras, cada uma delas escreveram outras palavras que remetessem a essas duas ideias, elaborando um grande mapa mental, ou seja, as imagens, sensações, experiências que eles se recordassem era escrito em forma de palavras. OFICINA 6: FOTOMONTAGEM Nesta etapa do desenvolvimento os estudantes receberam revistas de recorte, na qual elas escolheram cenários e objetos para recortá-los, individualmente, de modo a manipulá-los um a um. A folha deveria se manter em modo retrato (vertical), mas também foi pensando no modo paisagem e, com os objetos e cenário em mãos, os estudantes compuseram imagens fotográficas, a partir de uma nova criação. Nesta atividade, os estudantes também poderiam redesenhar os objetos e manipula-los da forma como julgasse conveniente. Ao final da atividade, os estudantes atribuíram um título a sua composição. OFICINA 7: FOTOBORDADOS Dando continuidade no desenvolvimento da atividade, os estudantes receberam, impressas em folha de sulfite, as fotografias que foram realizadas na oficina 2 da série sobre cinema e, como materiais de trabalho, deveriam contar com papel color set recortado e linha de costura. A ideia é que os estudantes colassem a imagem por cima do papel color set e bordassem/escrevessem com a linha de costura os sentimentos e as sensações da experiência com a imagem, a partir das seguintes questões: 1-O que a experiência fílmica te afeta? 2-O que a experiência fotográfica te afeta? Após a conclusão das oficinas, as crianças assistiram a alguns trechos de curtas e longas metragens, na qual apareceram as experiências fílmicas/fotográficas que foram vivenciadas durantes as oficinas.

    A partir das oficinas desenvolvidas durante o período relatado, pudemos observar que as questões logísticas e operacionais influenciam diretamente sobre o processo de trabalho, ou seja, como o trabalho foi proposto, inicialmente, pela utilização de câmeras digitais, não tínhamos em número suficiente para todas as crianças, desse modo, a alternativa proposta foi por meio coletivos e rodízio entre os grupos. Também nos deparamos com a questão da segurança, pois estando em espaço aberto, se torna cada vez mais desafiador o processo de zelo e guarda das crianças, porém, tudo ocorreu dentro do esperado. No tocante ao trabalho com os alunos, observamos, de algum modo, elas afetaram e foram afetadas pelas imagens que produziram, instigando novos questionamentos e reflexões. A experiência fotográfica/fílmica permitiu que, de algum modo, os alunos adentrassem um novo universo imagético, experimentando novas formas de ver, selecionando as paisagens e enxergando as pequenas coisas, as mais imperceptíveis que possam existir. Se conseguirmos provocar afetos, sensações por meio das imagens, de algum modo, atingiram o objetivo que é provocar outros modos de ser e existir, na qual o outro também é parte de mim e eu sou este todo em ebulição.

    A INVENÇÃO de Hugo Cabret. Direção de Martin Scorsese. Estados Unidos: GK Filmes. (127 min.). Disponível em: . Acesso em: 16 jun. 2019. BARROS, Manoel de. Ensaios fotográficos. São Paulo: Leya, 2010. BERGER, John. Modos de ver. Tradução de Lucia Olinto. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, 165 p. BRANDIMILLER, Julia Burger. Exercícios de olhar: a fotografia na educação infantil. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização). Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2011. Disponível em: . Acesso em: 26 jun. 2019. CARTIER-BRESSON, Henri. O imaginário segundo a natureza. São Paulo: Ed. Gustavo Galli, 2011. FRESQUET, Adriana. Cinema e Educação: reflexões e experiências com professores e estudantes de educação básica, dentro e “fora” da escola. São Paulo: Autêntica, 2013, 128 p. GOMBRICH, Ernst Hans. Arte e ilusão: um estudo da psicologia da representação pictórica. Tradução de Raul de Sá Barbosa. São Paulo: Martins Fontes, 1995, 473 p. MIGLIORIN, Cezar. Inevitavelmente cinema: educação, política e mafuá. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2015. MIGLIORIN, Cezar et al. Inventar com a diferença: cinema e direitos humanos. Disponível em: . Acesso em: 03 jun. 2019. MIRANDA, Carlos Eduardo Albuquerque Miranda. Orbis Pictus. Pro-Posições, Campinas, v. 22, n. 03. dez. 2011. Disponível em: . Acesso em: 26 jun. 2019. MOLETTA, Alex. A criação de curta metragem em vídeo digital. São Paulo: Summus, 2009. SONTAG, Susan. Sobre Fotografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. TEMPOS Modernos. Direção de Charles Chaplin. Nova Iorque: Charlie Chaplin Film Corporation, 1936. (87 min.). Disponível em: . Acesso em: 16 jun. 2019. VIAGEM a lua. Direção de Georges Meliès. França: Star Film Company. Disponível em: . Acesso em: 16 jun. 2019. XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008, 212 p. WIKIPEDIA. Plano-sequência. Disponível em: . Acesso em: 03 jun. 2019.

     
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