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2º Encontro Municipal de Educação Continuada

Seja bem vindo!

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  • VAGNER GOLDONI DE ALMEIDA

    EMEIEF CASSIANA MARIA SOARES LENCI,PROFA.

    2 meses

    “LER COM OS CINCO SENTIDOS”

    Este projeto trata-se de uma busca de estratégia que promova a prática leitora numa otimização do processo da leitura. Não fomenta nenhum método infalível para formar sujeitos leitores, porém aponta a uma reflexão de como alcançar esse objetivo na fase escolar. Valoriza o interesse pelo texto escolhido que só se realizará quando se compreender aquilo que lê e gosta do que lê. Entende a compreensão leitora como fundamental e base para o processo de formação de leitores. Analisar bibliograficamente caminhos que podem contribuir para a formação de leitores proficientes sem o qual dificilmente culminará em indivíduos apaixonados pela leitura.

    - Ativar os cinco sentidos no processo de leitura; - Identificar os elementos de suspense do gênero; - Diferenciar narrativa de suspense e conto; - Trocar de livro se o mesmo não estiver agradando; - Reconhecer o ambiente como parte do enredo; - Conhecer as características básicas do conto; - Questionar e selecionar caminhos dando rumo à história; - Escrever um conto de suspense.

    - Narrativa de suspense; - A leitura de um livro de narrativa de suspense; - Decidir com base em argumentos os rumos a tomar; - A escrita do próprio conto de suspense.

    Não se pode dissociar leitura e prazer. Enquanto a primeira está mais relacionada à decodificação de signos linguísticos, a segunda tem um caráter de compreensão e sentido. Ambas estão impregnadas de sentidos que se completam. O professor precisa dar-se conta de compreender as problemáticas que não contribuem para a formação de leitores e suscitar questões que norteiam suas práticas. Eleger, indicar e buscar leituras que despertam a curiosidade e podem ser caminhos eficientes e considerar que esse processo do ponto de vista discente pode abrir oportunidades. Sendo métodos e teorias do ensino de língua os mais diversos, este projeto, não elege o mais eficiente, mas considera a pluralidade em função da formação, onde cada ser é ímpar e identifica-se em dado momento com uma estratégia que o despertou. De acordo com Coelho (2000), aquilo que não divertir, emocionar ou interessar ao pequeno leitor, não poderá também transmitir-lhe nenhuma experiência duradoura ou fecunda. É nesse movimento que o professor irá ambientar o momento de leitura de uma narrativa de suspense: apagar a luz; acender velas em castiçal; colocar uma música de suspense (de fundo); utilizar o esqueleto da aula de ciência como ornamento; acender velas. A cada dia será lido um capítulo do livro do qual os alunos, ao final do mesmo, deverão decidir qual caminho seguir. No dia subsequente o professor prosseguirá com a leitura seguindo o rumo tomado pela turma. O então capítulo poderá culminar em uma cilada da qual o leitor poderá vir a óbito, e obrigatoriamente, cessará a leitura (mesmo que não tenha chegado ao desfecho). Caso contrario, a história seguirá com o objetivo de sairmos da mansão Hecatombe vivos. No término da leitura, seja por meio de morte prematura ou saída da casa assombrada, os alunos poderão escrever seu próprio conto. O professor irá customizar um caderno de capa preta com figuras que remetem gênero trabalhado. Um aluno levará o livro para a casa e trará no próximo dia para ler para a classe. Se porventura o respectivo aluno desejar utilizar os materiais para ambientar a sala durante sua leitura, poderá fazê-lo. O caderno terá rotatividade até que todos os estudantes tenham escrito seu conto de suspense. A princípio o professor observará apenas a criatividade, estimulando os futuros escritores a perceberem os elementos que compõem o gênero e dicas para elaborar enredos criativos. Ao levar o caderno para casa, cada aluno perceberá que o professor não interferiu em nenhum texto de modo que os alunos sintam-se à vontade e foquem na criatividade. Nenhum desfecho poderá conter morte ou cenas de terror, o foco é criar clima de suspense, e para tal, não há necessidade de elementos sangrentos, desumanos e mortes. Se o professor perceber a falta de interesse e entusiasmo da turma pelo título, a classe terá o direito de opinar e o docente apresentará outras obras das quais escolherão uma. PROPOSTAS E OS MÉTODOS DE ENSINO Geralmente, no ensino de leitura e escrita resume-se em ensinar procedimentos específicos, aplicáveis a um âmbito reduzido de problemas, por exemplo, responder a perguntas muito fechadas, antes de procedimentos do tipo geral como formular perguntas relevantes sobre o texto. (SOLÉ, 1998). Vale ressaltar que ler é muito mais do que possuir um arsenal de técnicas, é uma atitude voluntária e prazerosa, e quando se ensina a ler se considera esse fator. Todos os atores do contexto escolar e mais precisamente no que tange a aprendizagem da leitura devem estar motivados. Alguns estudos indicam que o hábito da leitura se desenvolve a partir de uma aproximação afetiva com os livros. Para Kriegl (2002) o leitor não se faz por mera obediência, nem tampouco nasce com o hábito, assim sendo, a influência dos adultos é de importância referencial, quando são vistos lendo e escrevendo. APRENDER A LER: A FORMAÇÃO DO LEITOR É preciso lembrar que a relação entre o texto e o leitor é norteada pela intencionalidade com que nos aproximamos desse objeto, pelos fins da leitura, pois os mesmos regularão o modo de leitura. (ELIAS e KOCH, 2010). Silva (2003, p.70) argumenta que para introduzir a criança no universo da leitura é preciso que esse esteja na escola e torná-lo dinâmico sem interrupções junto às novas gerações que necessitam ser educadas para se tornarem sujeitos de deveres e direitos, e não só alfabetizados. A interação entre aluno e professor pressupõe uma situação educativa em que se ajude o aluno a constatar e relacionar seu conhecimento prévio com o que vai ser necessário para abordar essa situação. É necessário ensinar, segundo Solé (1998), uma série de estratégias que podem contribuir para a compreensão leitora e podem ser ensinadas numa progressão de etapas ininterruptas. Acho que uma das boas coisas que um jovem, uma jovem, um adulto, um homem velho, qualquer um de nós tem como tarefa, é assumir o seu tempo, integrar-se, inserir-se no seu tempo. Para isso, porém, mais uma vez, eu chamo atenção dos moços para o fato de que a melhor maneira de alguém assumir seu tempo, e assumir também com lucidez, é entender a história como possibilidade (FREIRE, 1996, p.90). Os primeiros anos de escolaridade são os mais propícios para a formação de leitores. Nessa fase os alunos têm bastante contato com uma variedade de gêneros textuais, o que traz benefícios para o processo de compreensão leitora. Diante disso, Soares (2008, p. 33) declara que: É função e obrigação da escola dar amplo e irrestrito acesso ao mundo da leitura, e isto inclui a leitura informativa, mas também a leitura literária; a leitura para fins pragmáticos, mas também a leitura de fruição; a leitura que situações da vida real exigem, mas também a leitura que nos permita escapar por alguns momentos da vida real. É necessário apresentar uma variedade de textos do mundo, da vida real e cotidiana, permitindo que o aluno evolua intelectual e socialmente. Sem diversidade de leituras certamente se formarão pessoas alfabetizadas, porém serão carentes de indivíduos que realmente gostam e desejam os livros.

    O autor Pennac em seu livro Como um Romance (1993), afirma que as crianças precisam estar livres das leituras obrigatórias, sem a ditadura de títulos. O aluno tem nove direitos: o direito de pular páginas; o direito de não terminar um livro; o direito de reler; o direito de ler qualquer coisa; o direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível); o direito de ler em qualquer lugar; o direito de ler uma frase aqui, outra ali; o direito de ler em voz alta e finalmente o direito de calar. Os professores devem repensar suas práticas e estratégias de leitura em sala de aula fomentando um ensino mais significativo. Numa sociedade letrada é fundamental dominar a leitura e a escrita. No entanto, a aprendizagem da leitura e o cultivo da mesma como hábito, não se limitam a decifrar o código, mas no cultivo de habilidades na construção de sentido, para culminar em competências leitoras. O professor precisa oferecer diversas formas de leitura para as crianças, para que elas se tornem leitoras competentes em todo curso da vida. O período da escolarização inicial é um momento propício para a formação de leitores atuantes, críticos e competentes. E o professor é o agente principal confiado à instituição escolar nessa jornada que, além de alfabetizar, precisa apresentar o mundo encantado da leitura e suas descobertas. No término do projeto os alunos terão apreciado um livro e escrito seus próprios contos de suspense, sem o objetivo de correção imediata por parte do docente, mas apenas estimular o gosto por enredos bem elaborados e criativos. Inicialmente o projeto não objetivava a escrita de um conto por parte de cada estudante, porém, no decorrer de todo processo, os alunos manifestaram o desejo e o professor acatou a solicitação da turma. Desse modo o projeto foi alterado adaptando-se ao objetivo secundário: a escrita.

    COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: Teoria, análise e didática. São Paulo: Moderna, 2000. ELIAS, V. M.; KOCH, I. V. Ler e Escrever – estratégias de produção textual, Contexto, 2 . Ed. – São Paulo, 2010. FREITAS, A.G. A importância da literatura infantil no processo de alfabetização e letramento. Práxis Educacional, Vitória da Conquista, v.8, n.13, p. 233-251, ju./dez. 2012. Disponível em:< http://periodicos.uesb.br/index.php/praxis/article/view/1589/1461> Acesso em 10 jul. 2016. KAUFMAN, A. M.; RODRÍGUEZ, M. H. Escola, leitura e produção de textos. Tradução de Inajara Rodrigues, Artmed, Porto Alegre RS, 1995. KLEIMAN, Ângela B. (Org.). Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995. KOCH, Ingedore Villaça. Ler e compreender os sentidos do texto. 2 ed. São Paulo: Editora Contexto, 2006. KRIEGL, Maria de Lourdes de Sousa. Leitura: um desafio sempre atual. Revista PEC, Curitiba. V.2, n.1, p.1-12, jul. 2001-jul. 2002. PENNAC, Daniel. Tradução de WERNECK, Leny. Como um romance. Rocco: Rio de Janeiro, 1993. SILVA, E. T. da. Ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia de leitura. São Paulo, Cortez – Autores Associados, 1981. _______ Conhecimento e cidadania: quando a leitura se impõe como mais necessária ainda! In: ___. Conferências sobre leitura: trilogia pedagógica. Campinas: Autores Associados, 2003. SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. São Paulo: Artmed, 1998. SOARES, Magda B. Alfabetização e letramento. São Paulo: Editora Contexto, 2012. ______. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.

     
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