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2º Encontro Municipal de Educação Continuada

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  • MARY PERLA MARTINS DA SILVA

    EMEIEF MARIA APP. DE LUCA MOORE, PROFA.

    De agosto/2018 à dezembro/2018

    PROJETO INSTITUCIONAL DE LEITURA: REINAÇÕES DE NARIZINHO - MONTEIRO LOBATO

    PROJETO INSTITUCIONAL DE LEITURA: REINAÇÕES DE NARIZINHO – MONTEIRO LOBATO Mary Perla Martins Silva1, Gislaine Scandolara2 1Docente na EMEIEF Prof.ª Maria App de Luca Moore – Limeira - SP 2Docente na EMEIEF Prof.ª Maria App de Luca Moore – Limeira - SP mperlamartins@gmail.com1,gi.scando@hotmail.com2 Resumo. Este trabalho descreve o Projeto Institucional de Leitura realizado na EMEIEF Prof.ª Maria App. de Luca Moore, constituído a partir da realização de formações durante os HTPC’s pela equipe gestora, análise de resultados, planejamento de estratégias e metas, até a elaboração de um trabalho sistematizado de leitura, tendo como objeto a utilização de obras literárias consagradas. Discorrendo, os objetivos foram elencados de forma a levar ao desenvolvimento da temática, como também, a encaminhamentos metodológicos realizados durante a prática em sala de aula, culminando no desenvolvimento das competências de leitura dos discentes. Ao final, a descrição dos resultados obtidos após a realização do referido trabalho foi analisada. Palavras-chave: Projeto Institucional de Leitura. Literatura Infantil. Estratégias de Leitura. Abstract. This work describes the Read Institutional Project accomplished at EMEIEF Prof.ª Maria App. de Luca Moore, constituted from the formation realization during the HTPC’s by the management team, result analysis, planning strategies and goals, up until the elaboration of systematized literary work, aiming consecrated literary utilization. Discussing, the goals were listed in order to take to the development of thematic, as also, to methodological referrals realized during the classroom practice, culminating in the evolving of the reading competences of the students. Lastly, the results description obtained after the work realization was analyzed. Keywords: Read Institutional Project. Children's Literature. Reading Strategies. 1 Introdução Este trabalho visou o desenvolvimento da proficiência leitora dos alunos da Unidade escolar acima mencionada. Para tanto, buscamos o aporte teórico que abordam a temática, formações complementares da equipe gestora, análise dos resultados das avaliações referentes ao desenvolvimento das competências de leitura dos alunos , anteriormente a implantação do trabalho com o Projeto Institucional de Leitura. Foi pensado na elaboração do planejamento de aulas com práticas pedagógicas que motivassem os nossos alunos, levando-os ao gosto pela leitura e ao reconhecimento da importância desse ‘saber’ no que tange a interação social do sujeito diante do mundo. Diante disso, podemos refletir que: “O sabor do saber” ou o “saber com sabor”... Ao analisarmos estas palavras, podemos partir para uma analogia de que para aprender a ler, é necessário primeiramente que o aluno seja estimulado ao saber e que assim possa saborear cada aprendizagem adquirida. Todavia esse processo só se dará a partir das experiências que trazidas da mediação de um professor e do seu convívio social. Dessa forma, o ganho maior será em poder ler bons livros com compreensão, aprender a ter um comportamento leitor ao escutar uma história e entender que é através da leitura, do que hoje aluno, amanhã um cidadão, poderá estabelecer uma interação com os demais. A leitura é o objeto em que o indivíduo em formação aprende a argumentar e a socializar suas ideias ou até mesmo lançar críticas e proposituras que poderão transformar o meio social em que vive. Num estudo com mais afinco, pôde-se concluir que sim, é possível saber com sabor ou até mesmo, ter sabor ao saber. “Segundo o “Dicionário etimológico da Língua Portuguesa”, de José Machado, a palavra saber vem do latim ‘sapere’, que significa ter gosto; perceber pelo sentido do gosto; fig., ter inteligência, juízo; conhecer alguma coisa, conhecer, compreender, saber”. Já a palavra sabor do mesmo dicionário, também deriva do latim ‘sapore’, que quer dizer gosto, o sabor característico de uma coisa, em sentido próprio e figurado; no pl., coisas de bom gosto; gosto, ação de provar. Partindo desse pressuposto, não nos deixa dúvidas de que o aluno/leitor necessita ser instigado durante o processo do ensino/aprendizagem da leitura. Não basta que o professor ora mediador de leitura, simplesmente dê um livro aos seus alunos de forma aleatória, sem estabelecer os critérios de escolha, o qual possa definitivamente oferecer-lhes os recursos necessários e que consiga levar o então, agora aluno, ora leitor, o privilégio de saborear, encantar-se, gostar, interessar-se pela leitura, mesmo que ainda não seja um leitor proficiente. O ato de ler é um ato de interação dos saberes adquiridos da leitura, um momento de capacitar, provocar o interesse do aluno/leitor, utilizando-se de estratégias que nunca se esgotarão até que se chegue ao objetivo que é a formação de um leitor fluente, crítico, autônomo, o qual possa compreender uma leitura feita pelo professor, usufruir da leitura deleite diariamente, ter uma leitura por fruição, compreender a leitura veiculada em outros meios (jornais, internet, mensagens, revistas, quadrinhos, textos epistolares, placas, outdoors, etc), bem como o porquê de ler, para quê, como usar e só assim poder seguir os diversos caminhos que somente a leitura propicia a cada indivíduo na sua formação cultural, bem como levá-lo a reconhecer-se como ser social e que ocupa um lugar na sociedade. Constata-se que vivemos nesse mundo sempre rodeados por letras, códigos gráficos, não devemos suprimir os conhecimentos da leitura de mundo que nosso aluno trás para a escola. Paulo Freire (1988) afirma: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”. É diante dessa realidade que os, professores, traçam o que aquela criança tem de conhecimento, para que assim seja promovido mais momentos de leitura prazerosos, planejando os espaços de leitura com a temática do livro e cada vez mais sugestivos ao ato de ler ou até mesmo fazer o uso de recursos e atividades lúdicas que se encarreguem de levar cada aluno a ‘saborear’ o “momento leitor”, estabelecendo uma conexão com o mundo literário ao seu, ou seja, um elo entre o mundo real ao mundo leitor. Tiba (2006, p. 42) nos diz: “Os melhores temperos de uma boa aula são movimento, humor e boa comunicação relacional. As aulas têm que ser ‘degustadas’ pelos alunos”. Diante dessa confirmação, as aulas de leitura devem ir muito além do simples fato de frequentar uma biblioteca ou sala de aula, sem oportunizar ao aluno a total inserção naquele contexto leitor. O simples ato de “empréstimo” de livros sem uma criteriosa escolha ou até mesmo uma leitura de histórias com textos pouco interessantes nos levam a certeza de que ato de planejar e uma didática aprimorada tornam-se facilitadores do processo de ensinar as estratégias de leitura. É a partir de uma aula planejada, utilizando-se de estratégias pré-estabelecidas, que o aluno aprende a reconhecer e a escolher um bom livro, a conhecer os autores dos livros infantis, conhecer o enredo das histórias, identificar que os livros têm editoras, de que as histórias antes de serem escritas foram pensadas e que muitas das vezes possuem versões diferentes, notar que as ilustrações se completam com o que está escrito e vice versa. Enfim, para que o aluno/leitor chegue a este nível de compreensão e conhecimento, o professor terá que planejar e executar um trabalho primoroso dentro dessas competências, acerca do ensino /aprendizagem da leitura. Segundo Isabel Solé (1998), as estratégias de leitura são as ferramentas necessárias para o desenvolvimento da leitura proficiente. Sua utilização permite compreender e interpretar de forma autônoma os textos lidos e pretende despertar o professor para a importância em desenvolver um trabalho efetivo no sentido da formação do leitor independente, crítico e reflexivo. Confirmando, Délia Lerner (2002) :“ É preciso dar sentido à leitura”.

    2 Objetivos O Projeto Institucional de Leitura tem como principal objetivo proporcionar aos alunos a apreciação de um clássico literário, bem como levá-los a compreensão da importância da leitura na íntegra de livros com textos bem escritos de autores consagrados. Diante da busca de um clássico da literatura, optou-se pelo livro Reinações de Narizinho de Monteiro Lobato. Trata-se de uma obra com uma linguagem criada para as crianças e são de fácil compreensão pelo contexto. Não nos restam dúvidas que as obras de Monteiro Lobato possuem a magia de encantar as crianças, pois através das suas histórias, o imaginário delas é ativado, onde as mesmas podem vivenciar o “mundo do faz de conta” através desse patrimônio da literatura infantil brasileira. A fim de estabelecer um trabalho efetivo de leitura que possa consolidar gradativamente a compreensão, traçou-se metas dentro das competências de leitura que queríamos atingir através do projeto: 1 Desenvolver nos alunos o prazer pela leitura; 2 Desenvolver a compreensão leitora através de conteúdos relacionados à fluência; 3 Contribuir com a utilização do acervo literário com textos ricos e recomendados para a faixa etária; 4 Associar os temas de textos lidos pelo professor ao seu reconhecimento prévio de mundo. 5 Reconhecer o livro como um objeto que promove a interação social.

    3 Conteúdos Partindo do princípio que a aula de leitura deve ser planejada, relacionando-a no que se faz necessário para que o aluno seja atendido de forma eficaz e adquira a proficiência leitora, procuramos propor um trabalho com leitura que se encaixasse com os conteúdos/metas do ano de escolaridade em questão, constantes no Currículo do Município, desenvolvido pela Secretaria Municipal da Educação de Limeira – SP e também pela consulta dos documentos da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). De acordo com Cagliari: Para conseguir esses objetivos da leitura é preciso planejar as atividades de tal modo que se possa realizar o que se pretende . A leitura não pode ser uma atividade secundária na sala de aula ou na vida, uma atividade para qual a professora e a escola não dedicam mais que uns míseros minutos, na ânsia de retornar aos problemas de escrita, julgados mais importantes. (1997, p.172-173). Nessa concepção, pensou-se num trabalho de leitura pontual e assertivo com a criação do Projeto Institucional de Leitura, tendo como objeto a leitura de livros com bons textos e de fácil aceitação pelos alunos, para que também, durante o processo sejam propostas atividades que visem a formação do alunado. […] no eixo Educação literária predomina a formação para conhecer e apreciar textos orais e escritos de autores de língua portuguesa e de traduções de autores de clássicos da literatura internacional. (BNCC, 3a. Versão, p.65). Conforme consta no currículo, elencamos abaixo os objetivos para o 1. ano de escolaridade, no eixo de leitura: 1 Ler e compreender com autonomia e compreensão, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto. 2 Localizar informações explícitas no texto. 3 Identificar a finalidade de gêneros previstos para o ano. 4 Apreciar textos literários. 5 Inferir significados, confirmando-os a partir de dados contextuais de palavras e expressões desconhecidas. Dessa forma, escolheu-se um Clássico da Literatura Infantil: Reinações de Narizinho, do renomado Monteiro Lobato, Editora Brasiliense. Trata-se de uma narrativa, onde as personagens se envolvem em diversas aventuras, como também através desta obra, o autor consegue dialogar com o leitor através da intertextualidade, inserindo personagens dos contos clássicos e personagens do contexto histórico da época, ou seja, um enredo que instiga o interesse dos alunos, promovendo o total “embarque” nas histórias do livro de uma forma prazerosa.

    4 Encaminhamentos Metodológicos Solé (1998) confirma que o trabalho de leitura pode ser apresentado em três etapas de atividades com o texto: antes da leitura, o durante a leitura e o depois da leitura. Diante dessa constatação, o trabalho de leitura com o objeto de leitura selecionado, o livro Reinações de Narizinho (Monteiro Lobato), foi elaborado com atividades contemplando esses três momentos. 4.1 - 1º Momento – ANTES DA LEITURA Foi elaborado um bilhete para os pais ou responsáveis, explicando sobre o Trabalho Institucional de Leitura da Escola, ou seja, o porquê e o que esperava-se referente à aprendizagem de cada aluno quanto à proficiência leitora, enfatizando a escolha de obras clássicas, as quais despertariam o interesse dos alunos. Foi enviado também uma pesquisa aos pais ou responsáveis para que respondessem sobre suas memórias quando crianças referentes às histórias dos livros de Monteiro Lobato que retratam as aventuras de duas crianças num sítio e de outros personagens. Após, cada aluno socializou com toda a turma as respostas recebidas, contadas por algum familiar. Num segundo momento, visando estabelecer uma antecipação do cenário da história do livro, foi agendado um estudo de meio a um sítio localizado no Bairro dos Pires. O objetivo principal dessa atividade era promover o reconhecimento desse ambiente rural, bem como obter mais informações relevantes e significados, os quais foram posteriormente utilizados em sala de aula com a leitura do livro, como também, a correlação do que vivenciaram com a obra, fomentando, assim, o diálogo entre a leitura e o conhecimento de mundo. A fim de promover a interação entre os alunos, foi realizado um piquenique após o conhecimento de campo (a visita ao sítio). Dentro do contexto da história, preparamos uma “surpresa saborosa” para os alunos, levando os bolinhos de chuva da Tia Nastácia para o piquenique, uma personagem conhecida pelos seus quitutes saborosos nas histórias do Sítio de Monteiro Lobato. Posteriormente foi realizado o levantamento de conhecimentos prévios, hipóteses, antecipações acerca do livro lido, como questionamentos pertinentes sobre o que observaram no estudo de meio (visita ao sítio). - Qual sentimento a visita despertou em cada um de vocês? - Quais imagens lhes vêm às cabeças ao se lembrarem do sítio? - A visita que foi realizada ao sítio fez com vocês se lembrassem de alguma outra história? - O que puderam ver no sítio que visitamos? - Quem pode nos contar um pouco sobre o que já sabem dessa história? - Podemos ver semelhanças entre o sítio visitado com a história que mencionaram? Por quê? - Os bolinhos de chuva que levamos no piquenique nos lembram de quem ou de quê? Após as explanações, passaremos para o trabalho com a exploração da materialidade do livro: título, autor, ilustrador, editora, contexto histórico, curiosidades sobre o autor e a obra, público a que se destina, intencionalidade do texto. Esse tipo de procedimento tem como finalidade motivar os alunos, atraindo-os a atenção para “dentro do livro”, ou seja, para a história que será contada. Segundo BAJOUR, Cecília : Não existe uma fórmula única para penetrar nos textos. Os modos específicos de entrar nos textos podem partir de algumas chaves que cada livro sugira, ou algum aspecto que se queira destacar ou no qual se queira intervir para a construção de saberes literários. A fim de ativar os conhecimentos dos alunos, foram levadas para a sala de aula, fichas impressas com gravuras das personagens e outras com suas características escritas para que relacionassem a figura as suas características, utilizando-se de estratégias de leitura e dos conhecimentos que já possuíam. Em um próximo momento foi fixado na sala de aula um texto biográfico do autor Monteiro Lobato. Logo após a leitura, foram feitos alguns questionamentos pertinentes: Vocês sabem o que um autor faz? Vocês já ouviram em algum lugar as histórias desse autor? Já viram alguma história do autor em outro lugar como televisão, internet, outros lugares? Como será que um autor cria seus personagens? Como será que esse autor escrevia seus textos? Para quem ele escrevia? Podemos considerar um trabalho, uma profissão o ato de escrever histórias, ou melhor, ser um autor, escritor de livros? Finalmente, novos questionamentos foram sendo construídos a partir das respostas que os alunos foram nos dando. No decorrer das aulas do Projeto Institucional de Leitura, foi oportunizado um momento de apreciação através da escuta de algumas músicas populares brasileiras, as quais possuíam um repertório abordando as histórias, personagens e o autor do livro que foi posteriormente lido para os alunos, tais como: Tia Nastácia (Dorival Caymi); O Mundo Encantado de Monteiro Lobato – Samba Enredo da Escola de Samba da Mangueira (Rio de Janeiro – 1967); Monteiro Lobato (Meire Pavão); A Cuca te Pega (Cássia Eller). Essas músicas foram reproduzidas na sala de vídeo. Em um outro momento a professora fez alguns questionamentos a respeito, tais como: O que puderam notar ao escutarem estas músicas? Quem pode dizer o quê ou de quem as músicas nos fazem lembrar? Vocês conhecem? Já ouviram falar ou escutaram sobre o que as letras das músicas mencionam (histórias, personagens, autor)? Quem pode contar o que já sabe sobre alguma história envolvendo estas personagens? Outros questionamentos foram surgindo, pois a aula é dinâmica e cabe a nós, professores direcioná-la, a partir do momento em que acontece o envolvimento dos alunos e a construção de sentidos. 4.2 - 2º Momento – DURANTE A LEITURA A sala de aula foi organizada, favorecendo o ambiente de leitura, bem como levou os alunos ao desenvolvimento e prática do comportamento leitor, através da valorização daquele momento da leitura. A leitura do livro foi feita por capítulos, com a utilização de estratégias de leitura: antecipação, inferência, confirmação, validação ou retificação das antecipações e ou expectativas, construção de sentidos, vocabulário (pelo contexto, inferência ou consulta de dicionário). Levamos o dicionário ilustrado para a sala de aula, a fim de proporcionar a consulta pelos alunos, caso houvesse necessidade. A cada leitura do capítulo, deixamos suspense no ar através de questionamentos pertinentes como: O que será que vai acontecer depois? Vocês acham que Pedrinho vai chegar logo no sítio? Dessa forma, pudemos instigar os alunos para a próxima leitura do livro, despertando assim, o interesse e a curiosidade. Durante a leitura foi contextualizado os aspectos do livro relacionados à história brasileira (época em que foi escrito, a linguagem utilizada). A cada capítulo lido, foi levantado questionamentos a respeito do texto, propondo a hora da plurissignificação, ou seja, a capacidade da leitura de muitas maneiras, possibilitando assim, muitos significados. Foi mediado uma discussão até que pudessem chegar a um senso comum, ou seja, os alunos elencaram o que compreenderam daquele trecho ou capítulo lido. Oportunizou-se o momento onde foi dado “voz” aos alunos, tendo em vista não apenas uma única visão da situação ora apresentada, validando-se ou não as hipóteses levantadas anteriormente. De acordo com Cagliari (1997) “Os alunos precisam e devem saber que um texto pode ser lido de muitas maneiras”. Durante a realização do projeto, ocorreu uma visita à Biblioteca de Monteiro Lobato em São Paulo, onde puderam ter acesso aos manuscritos reais do autor, objetos pessoais, acervo de livros, apresentações, enfim o mundo de Monteiro Lobato que sem dúvida foi o precursor da literatura infantil no Brasil, pois nos deixou como patrimônio suas obras, as quais foram cuidadosamente pensadas e elaboradas para este público de leitores e ou futuros leitores. Após a visita à Biblioteca Monteiro Lobato em São Paulo, os alunos tiveram mais propriedade a respeito da vida, das obras do autor e seus personagens, levando-os a uma melhor compreensão das histórias lidas durante o projeto aqui descrito. A fim de proporcionar uma reflexão a respeito das diversas linguagens que contam uma mesma história, levamos os alunos para a sala de vídeo para assistirem vídeos envolvendo trechos ou capítulos das histórias de Reinações de Narizinho. Já na sala de aula propiciamos um momento para responderem alguns questionamentos como: Quais personagens apareceram durante a exibição do vídeo? Em qual lugar aconteceu a história? O cenário apresentado se parece com o sítio que visitamos? Quem pode responder sobre qual mensagem foi transmitida através deste episódio do vídeo? Em que se assemelha ou se diferencia o vídeo à leitura do capítulo ou trecho lido aqui na classe? 4.3 3º Momento – DEPOIS DA LEITURA Inicialmente foi organizado um conteúdo com a mediação da professora, a qual proporcionou a exposição do ponto de vista dos alunos. Para tanto, foram realizadas algumas perguntas pertinentes, as quais levaram cada aluno a despertar a sua própria “leitura” das histórias. Durante o debate foi possível o acontecimento de diversos entendimentos sobre o texto, os quais foram elencados na lousa e após fizemos o entrelaçamento dessas opiniões, esperando que se chegasse a uma ampla compreensão do texto. Em seguida, os alunos foram solicitados a elaborarem cartazes com “suas leituras”, ou seja, utilizaram palavras, trechos e ilustrações, proporcionando dessa maneira a materialização dos significados construídos neste momento leitor. Após, foi realizada uma exposição e a socialização da atividade na sala de aula. Dando continuidade ao projeto, os alunos tiveram como atividade a indicação literária do capítulo ou trecho da história do livro. Primeiramente explicitaram qual parte mais gostaram ou se identificaram. A fim de repertoriá-los, levamos para a sala de aula alguns catálogos de editoras contendo indicações e/ou resenhas de livros para a realização da leitura compartilhada. Após cada aluno realizou a indicação do capítulo que achou mais interessante do livro para a classe, ou seja, o porquê daquela indicação da leitura; qual sentimento que aquele capítulo ou trecho do livro lhe causou e, finalmente, através dessa atividade, houve momentos em os alunos se demonstraram curiosos e motivados pela leitura do livro do nosso projeto de leitura. Finalizando, os alunos construíram um mural contendo suas atividades realizadas no decorrer do projeto, tais como: ilustrações de trechos ou capítulos, palavras significativas com a história, biografia do autor, personagens do livro, pesquisas do autor, capas de outras obras, fotos dos estudos de meios: visitas ao sítio e à Biblioteca Monteiro Lobato de São Paulo.

    5 Considerações Finais Ao concluirmos o trabalho do Projeto Institucional de Leitura: Reinações de Narizinho na nossa escola, foi possível refletir sobre a importância de haver um planejamento, viabilizando aulas com embasamento teórico e através da realização de pesquisas sobre a temática, resultando efetivamente em boas práticas pedagógicas. A leitura deve ser reconhecida como prioridade quando se trata do ensino/aprendizagem e, sim, o desenvolvimento das competências leitoras é uma tarefa da escola, já que cabe a nós, professores, oferecermos aos nossos alunos momentos prazerosos durante as aulas, propiciando dessa forma o gosto e o hábito da leitura. Após a realização do projeto, pôde-se constatar que esta aprendizagem se dá em um processo contínuo e gradativo e, o aluno que é instigado, motivado, tornar-se-á um leitor proficiente, crítico, protagonista do seu saber, ou seja, com fluência, compreensão e com a capacidade de desenvolver estratégias de leitura. Ser mediador de leituras na escola é ser leitor, e como leitor, ser capaz de enriquecer o contato do leitor iniciante pela oferta de outros textos com os quais cotejar o que se leu e como se leu o que se leu.(GERALDI, 2013, P.46). Ficou evidenciado que o nosso trabalho com leitura a partir do Projeto Institucional de Leitura veio a agregar mais quando nos referimos ao desenvolvimento cognitivo e social dos nossos alunos, já que durante o trabalho, puderam descobrir o porquê de aprender a ler de maneira proficiente se torna algo tão importante na vida de cada indivíduo. Confirmou-se dessa forma que sim, a aprendizagem é construída através de um processo contínuo de interação entre o sujeito com o objeto, ocorrendo assim, o que denominados como: sujeito-texto-conhecimento. Consequentemente o livro Reinações de Narizinho possibilitou essa interação ao discorrermos o Projeto de Leitura, pois os nossos alunos estabeleceram uma relação com as histórias de Monteiro Lobato, embarcando efetivamente para o mundo existente nas páginas do livro, causando encantamento e aguçando a curiosidade em saber mais. Sem dúvida, o alunado da nossa UE reconheceu que a leitura tem um papel primordial social, já que ela, a leitura, vai além dos muros da escola. Cabe a nós, decentes, formarmos cidadãos, que ao desenvolverem e construírem essa proficiência leitora, tornar-se-ão seres capazes de transformação, pois sim , ler com fluência é enxergar o mundo de forma crítica e autônoma, lançando opiniões , argumentando com propriedade , ressignificando o que se pode ver ao seu redor, enfim, um mundo em movimento que se transforma a cada dia, evolui, se dinamiza. A fim de verificarmos os resultados do trabalho com leitura de maneira assertiva, analisamos os dados das avaliações do eixo leitura on line , avaliações externas da SME e avaliações internas, onde constatou-se o progresso significativo após a implementação do Projeto Institucional de Leitura na nossa escola. Diante dos dados apurados, constatamos que estamos no caminho certo e, a continuidade desse trabalho com leitura de maneira sistematizada não será postergado, porque manteremos o foco na formação de leitores proficientes. Consideramos também a constante necessidade de avaliarmos sempre o desenvolvimento da aprendizagem do nosso aluno, alinhando os instrumentos avaliativos aos objetos de ensino-aprendizagem. Dessa maneira, podemos reconhecer quando a nossa proposta didática necessita ser alterada, ajustada, complementada, transformada mesmo durante o processo, comprovando-se assim, a validação ou a não validação das nossas estratégias didáticas. A avaliação do aluno, a ser realizada pelo professor e pela escola, é redimensionadora da ação pedagógica e deve assumir um caráter processual, formativo e participativo, ser cumulativa e diagnóstica ( BRASIL,2013, p. 123). Sendo assim, continuaremos com a nossa busca pelo aprender, planejando propostas didáticas significativas, alinhadas com uma base teórica que reflita em uma prática formadora do nosso aluno-leitor, propiciando de maneira assertiva o desenvolvimento do hábito pela leitura por prazer, perpetuando-se ao longo da vida, pois tornar-se-á um leitor-adulto, detentor dos saberes necessários exigidos pelo mundo que ultrapassam os muros da escola.

    6 Referências Bibliográficas BAJOUR, C. Ouvir nas entrelinhas: o valor da escuta nas práticas de leitura. Pulo do Gato. São Paulo, 2012. BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica. Língua Portuguesa: orientações para o professor, Saeb/Prova Brasil. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2009. ______. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Brasília: MEC/SEB, 2012. ______. Base Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB 2017. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização & Linguística. São Paulo, Scipione , 1997. FREIRE, P.A Importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1992. GERALDI, João Wanderley. O texto em sala de aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2004 e 1997. LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002. LIMEIRA, Secretaria Municipal da Educação, 2019. MACHADO, José Pedro. Dicionário etimológico de Língua Portuguesa. Lisboa: Confluência, 1952-1977. SOLÉ, I. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. TERZI, Sylvia Bueno. A construção da leitura: uma experiência com crianças de meios iletrados. Pontes. Campinas, SP: 2ª. Edição, 2001. TIBA, I. Ensinar aprendendo: Novos Paradigmas na Educação. Editora Gente, 1998. Portal Trilhas: Disponível em: https://portaltrilhas.org.br:Acesso em 15 de junho de 2019.

     
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