SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - LIMEIRA/SP
EMEIEF ARACY NOGUEIRA GUIMARÃES - ENCONTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO CONTINUADA - 2019

NOME DO PROFESSOR(A): KIZIE DE PAULA AGUIAR

UNIDADE ESCOLAR: EMEIEF ARACY NOGUEIRA GUIMARÃES

TÍTULO: MÊS DOS JOGOS INDÍGENAS ARACY

TEMPO: 4 semanas (abril/maio 2019)

INTRODUÇÃO: O presente projeto faz-se necessário para contemplar conteúdos da Educação Física presente no Currículo da Rede Municipal de Ensino de Limeira que são de Matriz Indígena. E no contexto escolar, conforme projeto político pedagógico este conteúdo está disposto da seguinte forma: Dimensão – Etnias; Ação – Valorizar a cultura afrodescendente e indígena; Encaminhamentos – Identificar as heranças culturais das diversas etnias na formação do povo brasileiro; e Jogos e brincadeiras de várias origens em educação física.

OBJETIVO: :: Contemplar os conteúdos de Educação Física do Currículo da Rede Municipal de Ensino de Limeira; :: Cumprir as metas do Projeto Político Pedagógico da Escola Aracy Nogueira Guimarães na dimensão “Etnias”; :: Promover a apropriação de saberes e ressignificação da cultura corporal utilizando a linguagem de matriz indígena; :: realizar uma semana de jogos de matriz indígena tendo como público-alvo os alunos dos quartos e quintos anos; :: valorizar a cultura dos povos indígenas e dar visibilidade as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil, conforme disposto no artigo 26-A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; :: levar ao conhecimento dos alunos as diferentes formas de jogo, brincadeira e esporte/atividades físicas a partir da perspectiva dos povos indígenas (circularidade), dando visibilidade a sua construção, contribuição relação e herança histórico-social na cultura do povo brasileiro; :: através das ações sugeridas para o projeto, contemplar os conteúdos de jogos e brincadeiras, ritmo e expressividade, luta, esporte e conhecimento corporal, baseado no contexto indígena; :: eliminar toda forma de preconceito e discriminação a partir da disseminação do conhecimento, informação sobre os povos indígenas; :: possibilitar aos alunos um aprendizado interdisciplinar que contemple Geografia, Artes e História prioritariamente e, Matemática e Língua Portuguesa de forma secundária.

CONTEÚDO: :: Conteúdo geral: Jogos e Brincadeiras/ Conteúdo específico: Jogos de matriz indígena e jogos e brincadeiras populares :: Conteúdo geral: Lutas / Conteúdo específico: Lutas de Matriz indígena :: Conteúdo geral: Conhecimento Corporal / Capacidades físicas, lazer e sociedade, corpo suas diferenças e valores sociais

ENCAMINHAMENTOS: O presente projeto foi esquematizado para ser aplicado em 4 semanas devido a demanda de ações e organização de calendário, devido a feriados. A intenção do projeto é que os alunos vivenciassem a cultura indígena, entendendo seus valores sociais e culturais, passando pela construção de seus materiais esportivos até a realização de competições utilizando os mesmos. O projeto foi dividido em várias etapas, no qual foi programado para ser aplicado de igual forma aos alunos dos quartos e quintos anos, com algumas variações, respeitando a faixa etária, particularidades da turma e capacidades. Aula expositiva: Nas aulas expositivas foi passado aos alunos o conteúdo de matriz indígena através dos seguintes materiais: Trechos dos vídeos: "Viagem ao Furo Seco" do Portal R7 e "Jogos Mundiais dos Povos Indígenas" do Esporte Espetacular. Utilização de exemplares de Atlas Escolar Geográfico; Roda de conversa sobre o conteúdo abordado nos vídeos e localização dos territórios indígenas no Atlas; Discussão sobre as modalidades dos Jogos Indígenas e associação com os esportes, jogos e brincadeiras populares; Algumas turmas se interessaram muito pelo futebol de cabeça, então, foi passado mais uma cobertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas sobre este esporte de matriz indígena; Alunos também questionaram sobre a ocupação geográfica dos povos indígenas pelo território brasileiro, em especial, no estado de São Paulo, por não acreditarem nesta possibilidade. Como estratégia para sanar a dúvida, os recursos áudio visuais foram grandes aliados. Foi passado também um trecho de vídeos dos povos indígenas que ocupam o litoral paulista – Peruíbe/SP. Para reforçar os valores sociais e fundamentar o conteúdo histórico de matriz indígena, os alunos utilizaram o livro Cidadão Brasileiro. Construção de materiais No decorrer das semanas, os alunos construíram seus materiais. A zarabatana, além de eles manusearem uma de origem indígena, que foi uma colaboração da professora de Artes que disponibilizou de seu acervo pessoal, também construíram uma de papel e seus respectivos dardos; O arco e flecha eles também construíram de palitos de churrasco de bambu, barbante e tampinhas pet. A matéria-prima artesanal/natural trouxe mais fidelidade ao equipamento a ser usado e interação com a atividade; Foi programado de construírem uma lança de papel. Porém, devido ao curto tempo das aulas, foi apenas mostrado aos alunos como foi feita e as formas de interagirem com o material construído pela professora e pela estagiária da unidade escolar; A tora, primeiro modelo foi idealizado pela professora e estagiários de Educação física da unidade. Construída pela professora, ela foi feita com potes pets cheios de água, fitas adesivas, barbante e colchonetes para revestir. Modalidades As modalidades foram apresentadas aos alunos uma semana antes da competição. Assim, eles puderam conhecer as regras e opinar para possíveis mudanças. E assim o fizeram; duas turmas sugeriram dividir duas modalidades em categoria masculina e feminina. Ótima sugestão. Outro apontamento feito pelos alunos em relação as modalidades, foi sobre o arco e flecha – eles preferiram que a competição fosse executada em distâncias. São elas: Zarabatana, arco e flecha, corrida de tora, cabo de guerra e lutas. Conforme descrito anteriormente, a lança não entrou na programação devido ao escasso tempo para construir e vivenciar. Ritmo e expressividade Como componente importante da tradição indígena, a música e a dança também foi apresentada aos alunos. Ela estava presente nos vídeos apresentados e também, músicas “Namariê” - Artista: Meninos do Morumbi, “Coroa não é cocar” - Artista: Fadas Magrinhas e “Vermelho” – Artista: Fafá de Belém. As músicas foram utilizadas para dança circular e para alunos apreciarem o ritmo enquanto produziam seus materiais. Jogos Indígenas Foram feitas tabela das modalidades indicadas para dois grupos/tribos por classe. Por se tratar da primeira vez que esta atividade acontece na escola, optou-se por não fazer inter classes. As pontuações foram marcadas em tabelas construídas no chão e a contagem de pontos anotadas pela professora com auxílio dos alunos que fizeram a soma. Todas as modalidades foram disputadas acirradamente. O espírito esportivo, guerreiro e o contexto histórico, social e cultural parece que fez sentido para os alunos, principalmente, para sua formação, aprendendo a valorizar e a respeitar os povos formadores da nação brasileira.

CONSIDERAÇÕES: Avalio o projeto de forma positiva, pois os alunos aprenderam e vivenciaram de forma prática, vários elementos de matriz indígena. A construção e uso dos materiais também foi bem aceita, mas nota-se a dificuldade dos alunos em realizar atividades manuais; é algo que não faz parte do cotidianos dos mesmos. As turmas de quartos, em especial as de quintos anos, são bem difíceis quanto ao comportamento. Foi perdido muito tempo em relação à disciplina e organização da classe, o que comprometeu a execução das ações de forma integral. Para tanto, avalio as atividades individualmente e as impressões, aluno a aluno. Sobre a aula expositiva, algumas turmas, principalmente as do período da tarde, foram prejudicadas pelas precárias condições locais. A escola não possui uma sala de vídeo e as aulas foram feitas em locais adaptados com grande circulação de pessoas, o que desfavoreceu a concentração e participação ativa dos alunos. A corrida de tora foi excluída para os alunos do quarto ano. A primeira turma que participou, sentiu muita dificuldade, talvez em relação às capacidades físicas. Então, no decorrer da atividade, mudanças foram feitas. Para próximas edições, avalio que, deverá ter um prazo maior para todas as etapas do projeto. Também será necessária uma adequação dos espaços para que os alunos possam adquirir conhecimento através das aulas expositivas. Após o encerramento dos jogos, muitos alunos queriam competir novamente e construir materiais para levar para casa. Outro dado positivo, é que a escola já estava vivenciando um clima relacionado a data simbólica dos povos indígenas, então, este projeto veio a somar com as metas do projeto político pedagógico que estava sendo cumprido por todas as áreas do conhecimento. Positivo neste projeto foi que os alunos conseguiram entender a relação que a população indígena tem com o esporte e as atividades físicas, de modo geral. Muitos conseguiram opinar e avaliar o modo de vida dos povos indígenas como muito mais saudável do que o deles próprios.

REFERÊNCIAS: Atlas Geográfico Escolar. São Paulo: Ciranda Cultural Editora e Distribuidora Ltda, 2009. Práticas Corporais: educação física: 3º a 5º anos: manual do professor/Suraya Cristina Darido... [ET AL.]. – São Paulo: Moderna, 2017. Arte e cultura/ Omar Freddi, Gustavo Tamazin. 1 ed. – São Paulo: Carthago Editorial, 2010. – (Série Jovem Brasileiro). https://soundcloud.com/fadasmagrinhas/6-coroa-n-o-cocar-part-chico-c https://www.youtube.com/watch?v=qZgAv0-ieuc https://www.youtube.com/watch?v=EoCHen8hRn8 https://www.youtube.com/watch?v=0gnTZBGGvBw https://www.youtube.com/watch?v=rEmb5eQC788 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm#art26a.