SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - LIMEIRA/SP
CI FÁBIO FRANCO DE OLIVEIRA - ENCONTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO CONTINUADA - 2019

NOME DO PROFESSOR(A): DRYELLI CAROLINE CECCATO MENEGHIN

UNIDADE ESCOLAR: CI FÁBIO FRANCO DE OLIVEIRA

TÍTULO: RECICLAR PARA CRIAR: O USO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TEMPO: Todo ano letivo - está em andamento

INTRODUÇÃO: Nosso Centro Infantil, bem como a maioria das unidades educacionais de nosso município enfrenta dificuldades financeiras, nos fazendo criar alternativas de baixo custo ou custo zero para suprir essa falta de instrumentos de trabalho. Sendo assim, os materiais reciclados tornaram-se uma opção e uma realidade em minhas aulas. Despertando em nossos estudantes a curiosidade pelo diferente, pelo não convencional, resultando em aulas motivadoras e estudantes interessados. Pensando na BNCC que diz que 10 competências gerais devem nortear a produção de conhecimento de todas as disciplinas escolares. Os alunos devem aprender a: 1. Conhecimento: Aplicar os conhecimentos sobre o mundo para compreender a realidade e construir uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva. 2. Pensamento científico, crítico e criativo: Promover pensamento científico, crítico e criativo para encontrar e solucionar problemas de diferentes áreas. 3. Repertório cultural : Valorizar e participar de manifestações artísticas e culturais do Brasil e do mundo. 4. Comunicação: Utilizar diferentes linguagens (verbal, corporal, sonora, digital…) para produzir e compartilhar conhecimento. 5. Cultura digital: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais nas diversas práticas sociais para compartilhar e produzir conhecimento, resolver problemas e exercer protagonismo. 6. Trabalho e projeto de vida: Valorizar a diversidade e apropriar-se de conhecimentos que colaborem no mundo do trabalho, exercício da cidadania e projeto de vida. 7. Argumentação: Promover os direitos humanos, consciência socioambiental e o consumo responsável com base em informações confiáveis. 8. Autoconhecimento e autocuidado: Conhecer e preservar a própria saúde física e emocional. 9. Empatia e cooperação: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, valorizando a pluralidade sociocultural sem preconceitos. 10. Responsabilidade e cidadania: Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, em defesa da ética, democracia, inclusão, sustentabilidade e solidariedade. Nesse projeto, utilizando os materiais reciclados como instrumento pedagógico consegue-se contemplar a maioria dos itens da recomendação da BNCC de maneira lúdica e significativa, com destaque para o item número 10 que está diretamente ligado a minha prática. A Lei ordinária municipal Nº 5211, de 27 de dezembro de 2013 também se faz presente nesse projeto. A Lei define educação ambiental como um processo permanente por meio do qual a sociedade constrói e adquire conhecimentos, forma conceitos, desenvolve habilidades e competências, desperta o senso crítico, promove atitudes participativas e mudança de comportamento em relação aos valores que sustentam um determinado modo de vida individual e social, valorizando as identidades locais e a manutenção dos bens naturais, garantindo a preservação da vida em todas as suas formas.

OBJETIVO: O objetivo principal é criar instrumentos de materiais recicláveis para serem utilizados em diversas situações didáticas. Diversificar e ampliar a vivência dos conteúdos da disciplina de Educação Física por meio do uso de materiais recicláveis como instrumento didático, tornando-as mais ricas e motivadoras Valorizar a “própria produção”, contando com o envolvimentos dos alunos, familiares e funcionários da escola, fazendo com que todos se sintam protagonistas e parte integrante do desenvolvimento dos estudantes Instruir sobre a importância da reciclagem e sustentabilidade, possibilitando a reflexão e criticidade sobre a temática.

CONTEÚDO: Conteúdos gerais trabalhados nesse projeto (baseado no currículo de educação física da secretaria municipal de educação de Limeira 2019): 1- Consciência Corporal; 2- Imagem e esquema corporal; 3- Jogos e brincadeiras motoras; 4- Habilidade motora global; 5- Capacidades físicas; 6- Jogos de construção; 7- Jogos de faz-de-conta; 8- Lateralidade; 9- Organização e orientação temporal; 10- Organização e orientação espacial; 11- Equilíbrio estático e dinâmico. Além de indiretamente conseguir vivenciar capacidades como o trabalho em equipe (cooperação), socialização, criatividade, identificação de letras, palavras, cores e números, reflexão e criticidade. Bem como as dimensões: Conceitual, que visa conhecer as transformações por que passou a sociedade em relação aos hábitos de vida (diminuição do trabalho corporal em função das novas tecnologias) e relacioná-las com as necessidades atuais de atividade física, conhecer as mudanças pelas quais passaram os esportes, conhecer os modos corretos da execução de vários exercícios e práticas corporais cotidianas. Procedimental, que busca vivenciar e adquirir alguns fundamentos básicos dos esportes, danças, ginásticas, lutas, capoeira. Por exemplo, praticar a ginga e a roda da capoeira, vivenciar diferentes ritmos e movimentos relacionados às danças, como as danças de salão, regional e outras vivenciar situações de brincadeiras e jogos. Atitudinal, que diz respeito a como valorizar o patrimônio de jogos e brincadeiras do seu contexto, respeitar os adversários, os colegas e resolver os problemas com atitudes de diálogo e não violência, predispor a participar de atividades em grupos, cooperando e interagindo, reconhecer e valorizar atitudes não preconceituosas quanto aos níveis de habilidade, sexo, religião e outras.

ENCAMINHAMENTOS: Sempre dentro de um contexto lúdico e pensando na interdisciplinaridade, o planejamento das aulas foi feito a partir do currículo da Educação Física da secretaria municipal da educação de Limeira, para os anos iniciais. Dentro de cada contexto procurei viabilizar aos meus estudantes um vasto leque de estímulos, considerando os materiais reciclados um riquíssimo instrumento pedagógico para as aulas. Independente do momento (início, meio ou final) do conteúdo, propus acrescentar uma aula em cada temática utilizando os materiais reciclados. A elaboração dos instrumentos em cada situação era feito de uma maneira, alguns as monitoras confeccionavam da maneira que eu as orientava, outros eu mesma confeccionava. A atividade utilizando a caixa de pizza foi bastante produtiva, a monitora encapou as caixas com sulfite, pois tinham marcas de uso, eu mesma fiz os recortes, nesse momento dos recortes eu mostrei passo a passo para os estudantes de uma turma de 2ª Etapa, e deixei com que eles falassem o que poderia estar sendo confeccionado. Na aplicação da atividade todos puderam explorar os instrumentos de sua maneira, com cooperação e resolvendo a tarefa. Já na situação com caixa de papelão, esperei juntar a quantidade necessária para uma turma, separei canetinha, giz e lápis coloridos, realizei a leitura do livro “Não é uma caixa”, de Antoinette Portis, e a partir disso os estudantes puderam criar com suas caixas o que a imaginação permitisse, ao final exploramos os materiais criados. Nessas duas situações citadas, o tempo para planejamento, preparação e aplicação foi curto, em outros casos como o da atividade utilizando caixas fósforos para trabalhar consciência e esquema corporal, o tempo de preparação foi maior, pois precisou acumular uma grande quantidade de caixas, depois encapar, colar as partes do corpo e por fim aplicar com direcionamento. Bem como no jogo com os prendedores, que envolveu a colaboração dos responsáveis ao enviarem prendedores, a professora de Artes que em sua aula realizou com as turmas a pintura dos mesmos e a aplicação em mais de uma situação pedagógica. A “coleção de tampinhas” é bastante utilizada não apenas por mim, mas também pelos demais educadores de nosso Centro Infantil, a coleção começou quando assumi as aulas em 2016 e todos colaboram. Meus familiares, funcionários e estudantes do centro infantil acrescentam tampinhas para a coleção, assim sempre que pensamos em alguma situação pedagógica que pode utilizá-las temos facilmente em grande quantidade. De maneira geral, todo o material que nossa escola consome é reaproveitado para situações pedagógicas. E por muitas vezes se eu e/ou algum funcionário vê algo que pode ser reaproveitado nós recolhemos, mesmo que no momento não tenhamos destino certo para esse material, em algum outro momento ele vai ser reutilizado. Procuramos sempre deixar os materiais visivelmente atrativos para que os estudantes sentissem vontade de manipulá-los e aprender com eles. Importante ressaltar que esses materiais após confeccionados podem ser usados em situações didáticas variadas e podendo servir para estimular outras habilidades e capacidades além das que inicialmente foram produzidos.

CONSIDERAÇÕES: Durante esse primeiro trimestre destaco como positivas todas aulas em que os materiais recicláveis estiveram presentes. Tais materiais me fizeram refletir sobre minha prática diariamente, aumentando meu interesse sobre a temática e suas possibilidades, dessa forma me vi pesquisando e me atualizando não só sobre tal, mas pela educação física escolar de maneira geral. Os estudantes se mostraram mais motivados em participar das aulas provavelmente por ser algo diferente do que estão acostumados, como bolas, cones, cordas, entre outros. Para eles é sempre uma surpresa sobre o que “aquele material vai virar”. A maior valorização dos materiais, sendo eles recicláveis ou materiais em geral ficou mais evidente por parte dos estudantes. A contribuição do uso de materiais recicláveis é evidente nas dimensões: Conceitual, Procedimental e Atitudinal. Vale ressaltar que o projeto está em andamento e será aplicado durante todo o ano letivo de 2019.

REFERÊNCIAS: ASSOCIAÇÃO NOVA ESCOLA, BNCC na prática – Competências Gerais, 2019. DARIDO, S. C. Educação Física na Escola: Conteúdos, duas Dimensões e Significados. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. Lei Ordinária Nº 5211 - Câmara Municipal de Limeira. LIMEIRA, Currículo da Rede Municipal de Limeira, 2019.