SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - LIMEIRA/SP
CI CAROLINE PARDO CAMPOS FREIRE - ENCONTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO CONTINUADA - 2019

NOME DO PROFESSOR(A): JULIANA APARECIDA RIBEIRO DA SILVA

UNIDADE ESCOLAR: CI CAROLINE PARDO CAMPOS FREIRE

TÍTULO: CULTURA INDÍGENA

TEMPO: 2 (dois) Meses

INTRODUÇÃO: O projeto originou-se a partir do embasamento legal, com preconização pela Lei 11645, de março de 2008 e Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, conforme artigo 26-A “Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena”. Destaca-se que, também consta no Projeto Político Pedagógico - PPP do Centro Infantil, como Projeto Institucional. Consonante a estas orientações, anualmente o projeto é revisado, sempre que necessário são realizadas adequações pertinentes à faixa etária das turmas. Desta forma, foi elaborado e aplicado com as turmas da Unidade Escolar, neste texto, apresentamos um recorte do Projeto Institucional, com ênfase no trabalho realizado em sala de aula com as turmas de Maternal II, envolvendo todo corpo docente e comunidade, ao longo da realização. Buscou-se, por meio do andamento do projeto, contemplar de forma efetiva o conhecimento sobre a cultura indígena - uma vez que a legislação brasileira prevê a incorporação da temática aos conteúdos curriculares. Pretendeu-se assim, abordar o assunto de forma contemporânea e desmistificando a ideia do “índio” como um personagem fictício e sim, tendo em vista por meios das situações propostas, ensinar sobre e valorizar a cultura indígena, desde a Educação Infantil. O trabalho consistiu em apresentar aos alunos detalhes da cultura indígena de forma clara e objetiva, utilizando para isso recursos como: livros, músicas, vídeos, dentre outros materiais didáticos.

OBJETIVO: Ao desenvolver a temática, o objetivo geral do projeto foi trabalhar os conteúdos embasados pelo currículo de forma a contemplar o conhecimento de uma cultura diferente, apresentar aos estudantes e levá-los a conhecer a cultura indígena do passado e na atualidade, bem como perceber as influências desta cultura em nosso cotidiano. Por meio das situações didáticas realizadas, objetivou-se ensinar e levar as crianças a conhecerem e terem uma visão mais ampla do povo indígena como sujeito de direitos e deveres - assim como todos nós que compomos a sociedade, contribuindo de várias maneiras para o enriquecimento cultural da nação.

CONTEÚDO: Dentro dos conteúdos curriculares, foi possível planejar e desenvolver com os estudantes situações na quais diversas áreas do conhecimento foram contempladas no período de realização do projeto. Contudo, como já sinalizado anteriormente, a ênfase neste texto é um recorte do trabalho, no qual destacamos: Em Linguagem Verbal: - Desenvolver o prazer pela leitura, por meio da apreciação e da leitura de livros referente à temática “Cultura Indígena” compreendendo e atribuindo sentido. - Desenvolver a oralidade através de reconto de fatos e rodas de conversas sobre a mesma temática, em situações contextualizadas. Em Indivíduo e Sociedade: - Conhecer diversidades de plantas e tipos de alimentos como a mandioca e suas muitas utilidades da alimentação indígena que hoje faz parte do nosso cotidiano. - Conhecer costumes indígenas através de relatos e vídeos nos quais foram mostrados hábitos e costumes (comidas, danças, pinturas, instrumentos e utensílios do cotidiano) com vistas ao respeito à diversidade e diferentes culturas. Também foram envolvidos conteúdos de Linguagem Matemática, como contar oralmente, resolver situações-problemas do cotidiano envolvendo noções espaciais, como longe/perto, em cima/embaixo, cheio/vazio, dentro/fora e relacionar números às quantidades.

ENCAMINHAMENTOS: O trabalho consistiu em apresentar aos alunos detalhes da cultura indígena de forma clara e objetiva utilizando para isso livros, dentre eles os títulos: Curumim Zice, Abaré, O Curumim e Poeminhas da Terra. Inicialmente levantaram-se os conhecimentos prévios dos alunos, concomitantemente foi feita uma contextualização dos fatos trazendo para os alunos informações da cultura indígena através de varias ações, como: rodas da conversa dirigidas pela temática “Cultura Indígena” e uso de outros recursos como vídeos, imagens, cartazes elaborados coletivamente que se somaram no intuito de fazer com que os alunos se apropriassem com clareza dos conteúdos que nos propomos a ensinar-lhes. O trabalho se estruturou tendo como base a leitura de livros infantis referentes ao tema, destacados acima; como cita nosso Currículo Municipal “instaurar uma ação comunicativa mediada pelo texto” (2019, p.113). Após o trabalho com as leituras dos textos construímos com os alunos um painel grande feito em EVA, onde constavam elementos cotidianos da cultura indígena: a floresta e rios de onde eles tiravam seu sustento, a canoa utilizada como meio de transporte e construída por eles mesmos, as ocas enfatizando a moradia do índio, a aglomeração de ocas que constituía uma aldeia, os índios e sua organização, enfatizando Cacique como o gestor da aldeia, o Pajé pessoa mais velha detentora de muito conhecimento no que tange à saúde e ainda conferimos ao Pajé a função de contador de historias, as quais se desenrolavam a noite em volta da fogueira. Com base na temática apresentamos para as crianças a mandioca como planta muito utilizada na alimentação indígena, levamos a planta inteira para a sala de aula, com raízes, caule e folhas; desta forma trabalhamos as partes da planta e a planta como alimentação. Para complementar, realizamos uma contação de história para as crianças sobre a origem da mandioca na concepção dos índios, aproveitando para apresentar aos alunos o gênero lenda (a lenda da mandioca). Para finalizar, foi descascada a mandioca para mostrar o alimento por dentro e por fora e, logo após, a mandioca foi cozida e oferecida para degustação aos alunos. Outras informações foram relacionadas ao nosso cotidiano, explicamos às crianças que no início (antigamente) lá nas aldeias não havia luz elétrica e nem água encanada (como temos hoje na escola e em nossas casas), bem como não utilizavam fogão a gás - cozinhavam na fogueira, destacando assim, que os costumes dos povos indígenas eram diferentes dos nossos. Sobre a higiene pessoal, eles tomavam banho no rio, dormiam em redes, não tinham televisão e as informações eram passadas de “boca em boca” de pai para filho, e eles tinham o costume de se reunirem à noite em volta da fogueira para ouvir histórias. Finalizamos dialogando com as crianças que hoje em dia o povo indígena vive em diversas partes do nosso país, e que, muitos deles moram em casas como as nossas, estudam em escolas bem parecidas com as nossas, que os costumes também mudam ao longo do tempo. Na finalização do projeto realizamos uma exposição “Escola Aberta – Cultura Indígena” na qual os pais e toda comunidade puderam apreciar parte do resultado, material elaborado com as crianças como cartazes, fotos, jogos e instrumentos musicais confeccionados e utilizados durante as aulas, como exposto nas fotos e vídeos (material a ser anexado ou apresentado em vídeo/slides).

CONSIDERAÇÕES: Ao analisarmos o decurso do projeto, podemos constatar que os resultados foram positivos, as crianças demonstram conhecer o conteúdo trabalhado, conseguem dialogar sobre a cultura indígena como sendo algo familiar, identificam em outros momentos características das situações trabalhadas. E, ainda temos a devolutiva de alguns pais relatando o envolvimento do filho com o tema, tivemos relatos de pais falando sobre o interesse do filho pela planta mandioca, no dia a dia observamos crianças cantando músicas que falam as palavras de origem indígena, ao olharem para o painel (utilizado como recurso mnemônico) eles conseguem relatar sobre conteúdos e informações compartilhadas no decorrer do projeto.

REFERÊNCIAS: BELLINGHAUSEN. Ingrid Biesemeyer, O Curumim. Editora DCL. 2018. BRASIL. Lei nº 9.394/1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996. ________. Lei nº 11.645, de março de 2008. Altera a lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: nov/2018. LIMEIRA. Currículo da Rede Municipal de Ensino, 2019. HAKIY, Tiago. Curumim Zice. Editora Leya. 2014. LEITE, Márcia; MÓES, Tatiana. Poeminhas da Terra. Editora Pulo do Gato. 2016. LIMA, Graça. Abaré. Editora Paulus. 2015.